meu amado companheiro de todas as horas com a mocinha marrenta a bisbilhotar…
londres / abril1975
meu amado companheiro de todas as horas com a mocinha marrenta a bisbilhotar…
londres / abril1975
Assunto: Adelzon Alves is back!“Fala MauVal, tudo em riba?Você levantou essa bola numa das últimas edições e eu também fiquei intrigado. Bom, estou aproveitando a falta de sono para confirmar que ele está novamente entre nós, Adelzon Alves na área e Elza Soares ecoando firme na Rádio Nacional.
cheers,”/ + /
Jeferson
O samba de raiz, as histórias da nossa música, seus autores e intérpretes, e um bom papo com a melhor companhia para as suas madrugadas é com o produtor musical e apresentador Adelzon Alves. Ouça de terça a sábado, da meia-noite às 3h…
no dial AM 1130 ou pelo site
Assunto: Passaralho na Tupi
“Fala MauVal, tudo em riba?
Ficou sabendo do passaralho na Super Rádio Tupi? Quase 40% dos funcionários foram demitidos, gente com mais de 10, 20, 30 anos de casa. Segue a matéria AQUI!cheers,) :Jeferson
– Caros doutores Roberto Marinho e Assis Chateaubriand.
Escrevo aos senhores, que foram donos do Brasil e tiveram os políticos sob seus pés – os maus políticos, vá lá, o que tornou suas biografias ainda mais interessantes -, bom, escrevo aos senhores como um último recurso.
Adelzon Alves, 76 anos, 77 daqui a pouco, 55 deles à frente de microfones de rádio, o nosso Adelzon, patrimônio da radiofonia brasileira, profissional que, de modo sobrenatural, consegue reunir excelência e bondade, o Adelzon, enfim, está fora do ar desde a última terça-feira, 20 de de julho.
Isso é um absurdo. Peço a ajuda dos senhores.
Na verdade, já era quarta quando foi ao ar pela última vez. Porque, como os senhores devem se lembrar – mais ainda o doutor Roberto, que foi patrão dele -, Adelzon é o “amigo da madrugada”. Apresenta, com este nome, “Amigo da Madrugada”, um programa desde 1966.
Caso o doutor Chatô não recorde, pois se foi daqui em 1968, e só conviveu dois anos com o sucesso do Adelzon, rogo ao doutor Roberto que confirme a minha descrição. Adelzon Alves é o principal radialista da história da MBB (Música Boa Brasileira). Trabalhou na Rádio Globo por 26 anos. Teria saído de lá (perdoe a indiscrição, doutor Roberto) depois que um sambista cismou de criticar a construtora Odebrecht no ar.
No dia seguinte, segundo relato de gente da época, o Adelzon nem da portaria da emissora da Rua do Russel 434 pôde passar. Águas passadas, doutor Roberto, o tempo as absorve e as absolve – e desconfio mesmo que o senhor não permitiria coisa assim hoje em dia, se por aqui ainda estivesse.
Adelzon é um homem pobre, espero que ele releve a minha inconfidência. Vinha ganhando um salário inacreditável na Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), braço do governo federal a que a Rádio Nacional, onde ele trabalha, está submetido.
Aliás, trabalhava. O contrato furreca dele, de R$ 5 mil mensais brutos, não descontados o que ele paga mensalmente de ISS e a um contador, expirou dia 20 – e a EBC não quis renová-lo. A estatal alegou que o país está em crise, que o orçamento da emissora anda prejudicado, e expurgou o nosso “amigo da madrugada”.
Doutor Roberto, doutor Chatô, não duvidem de mim. Adelzon, que nem celular tem, nunca tirou férias, nem descansou em feriado. Mora na Pedra de Guaratiba, bairro humilde da Zona Oeste do Rio, e, até anteontem, ia trabalhar todas as noites de trem. Tomava um ônibus até Santa Cruz, e dali embarcava no comboio da SuperVia.
Na volta, depois de três horas de programa, da meia-noite às 3h, caminhava até a Central do Brasil pra pegar um BRT. Chegava em casa às 5h da manhã. Nunca reclamou disso. À família, sempre disse ter um compromisso com a “música brasileira verdadeira”.
Peço ajuda aos senhores pra que intercedam, daí, de onde estão agora, e este crime de lesa-música seja revertido.
Em plena era das descobertas de imensas corrupções, quando milhões de reais públicos são desviados pra contas na Suíça, e outros bilhões igualmente nossos financiam as Olimpíadas do Rio ou maluquices como a Hidrelétrica de Belo Monte, não é possível que não haja R$ 5 mil no orçamento da EBC pra manter no ar o programa do Adelzon.
Nesta segunda-feira, 25 de julho, ao meio-dia, uma roda de samba promete se formar na Rua Gomes Freire, Centro velho do Rio, em frente ao prédio da EBC, num protesto contra atitude tão mesquinha de subalternos do governo provisório de Michel Temer.
Doutor Roberto, doutor Chatô, os senhores, que foram donos do Brasil e souberam como ninguém criar e conduzir o poder das rádios, os senhores precisam nos ajudar nesta causa.
O Adelzon, sabe bem o doutor Roberto, foi contratado pela Globo, em 1964, pra falar de ieieiê e jovem guarda. No entanto, pôs no ar sambistas do morro, como Cartola, Candeia, Nelson Cavaquinho, Zagaia, Silas de Oliveira, Geraldo Babão, Djalma Sabiá…
O Adelzon, praticamente, lançou Paulinho da Viola e Martinho da Vila.
Coisa parecida, doutor Chatô, com o que fez na sua querida (e nossa também) Rádio Tupi o locutor Salvador Batista.
Adelzon doou ao Brasil o sucesso de Clara Nunes. Lançou João Nogueira (saudade), Roberto Ribeiro (saudade também) e ainda Dona Ivone Lara e ainda Wilson Moreira e ainda tantos e tantos mais.
No programa dele, despontaram Zeca Pagodinho, Almir Guineto, muita gente. Não é possível que façam com ele o que estão fazendo agora.
No início dos anos 1970, Adelzon pôs em seu programa o eterno e grandioso Jackson do Pandeiro – e o resultado foi que a música nordestina se reaqueceu, e Jackson perdurou oito anos com nosso radialista no ar. Graças a esse gesto, vieram novas gravações de Luiz Gonzaga, só pra citar mais um mito.
Doutor Roberto, doutor Chatô, conto com os senhores, que foram donos do Brasil e souberam fazer rádios como ninguém, e tiveram sob seus pés os políticos – sobretudo, os maus e os mesquinhos e os avarentos. Conto com os senhores.
O Adelzon, que é figura maior e iluminada e desapegada das coisas terrenas, não está pedindo ajuda, nem nada. Quem estamos somos nós. Humildemente, somos nós. Em nome do bom rádio brasileiro, humildemente, somos nós.
Com respeito, acolham este tão sincero rogo e aceitem, por favor, o cumprimento, embora desimportante, deste cronista digital.
Marceu Vieira (daqui)
em mais um capítulo do mundinho de mentiras no qual estamos enfiados, acaba de ser anunciado o fim da cidade fm, 102.9, a rádio rock (favor não confundir com a inovadora rádio cidade fm inaugurada em 1977).
desde que voltou à tona, em 2014, no lugar da Oi fm – que havia alugado a frequência em 2006 – os “proprietários da concessão” (sistema jornal do brasil) sempre garantiram que o retorno era devido ao clamor dos roqueiros… quando, na realidade, o zumzumzum das esquinas garantia que o “clamor roqueiro” tinha como nome “ausência de intere$$ados” em arrendar a dita cuja.
enfim, optaram pelo mais fácil e barato, optaram por gerenciar uma rádio rock com pouquíssimas conexões com… o rock.
em tempos onde a web desova todo e qualquer tipo de música + as notícias com baixos índices de audiência + a falta de investimento comercial + o clássico desinteresse do carioca pelo assunto rock (ainda mais quando o produto é totalmente sem apelo)… resultado: saco!
triste… ainda mais por ter sido uma morte anunciada lááááá atrás.
a 102.9 seguirá ativa como rádio mania fm… ou seja, apareceu alguém disposto a pagar pelo referido espaço no dial.
Assunto: Rough Trade + Velo Clube de 78“Salve MaulVal !Duas coisas que eu queria compartilhar com os amigos.
Primeiro, Rough Trade acabou de lançar sua revista:Segundo, este audio inoxidável acima, do querido narrador enlouquecidocom a subida do Velo Clube no campeonato paulista de 78.Ouça a partir de 1:50.Bonus Track : Repare que aos 2:25, um entrevistado solta um “pluct-plactzum” desorientadaço, que só da para entender “povo bom” no final.”Savio
por valdemira…
dá uma conferida AQUI na programação, sexta/sábado/domingo!
BBC Radio 6 Music will be broadcasting from the festival across the weekend from Friday 12 February with the network’s presenters coming live from all the venues, day and night.
The station will air many of the performances live from Motion, Colston Hall, O2 Academy Bristol and Basement 45, with others recorded and aired in shows later in the week and on future dates.
The 6 Music Festival can also be seen and heard across digital platforms. As well as being broadcast on the station across the weekend, highlights from a selection of performances will be available to watch via the BBC Red Button at various times during the weekend of the event and over the following fortnight.
Full sets from around 20 acts will be made available on BBC iPlayer for 30 days, and there will be more video and photos from the event showcased at bbc.co.uk/6music and via the stations’ social channels.
hoje, à meia noite, o programa produzido por luiz antonio mello irá retransmitir a íntegra do “roNca roNca / especial david bowie”, o popular #162. atividade…
você já sabe que está rolando uma pressão forte na radio6, por conta d’aTRIPA, para que eles comecem a tocar shilpa ray, procede? o infoRoNca concluiu que shilpinha já foi mais tocada no jumboteKo que em toda a rede BBC, incluindo TV. pô, como assim bial? mas é vero… uma lástima a radio6, pelo menos, não dar a menor bola pra coitada da shilpinha. enfim, a campanha já está removendo montanhas… marcelo “caipirinha” tem estado in touch com alguns dejótas da radio6… mas, hoje, nigro (nosso representante em curitiba) entrou com o pé na porta do dj stuart maconie (na foto) que faz o horário com mark radcliffe (que estava ausente hoje)… e comentou a invasão…
Assunto: Re: BBC 6“foi aquele lance do povo pedir pra tocar a shilpinha na BBC 6, já que tocamos mais no jumboteko do que em qualquer outro lugar do planeta.esses dias eu tenho ouvido a BBC 6 direto, enquanto o próximo programa não vem e resolvi mandar o pombo pro Stuart, já que era ele que tava no ar.e mandei… e o figura leu logo em seguida… tipo em questão de minutos…foi isso…gravei o momeNto e te mandei pra comprovar a peraltice.achei que teu nome e o roNquinha não podiam ficar só na boca do John Peel. tinham que galgar parâmetros em outros programas da BBC……great big bear hug…Nigro (Curitiba)
antigamente, há uns dez anos, a dor era grande quando alguma rádio perdia espaço para a “igreja” ou algo semelhante… em 2015, essa situação não passa de um mero “tá colhendo o que plantou”… até porque o rádio já está em outra frequência… simples assim!
Arnaldo Bloch O COLUNISTA ESCREVE AOS SÁBADOS
Sempre que o coração aperta, que as coisas parecem ir por um rumo existencial sem solução, me refugio no rádio. Não no rádio que passa na internet, com seus milhares de estações pré-programadas em nichos, nem nos portais de rádios espalhadas pelo mundo (o Transglobe de meu pai, com aquele dial mágico, já fazia isso em 1971). Meu porto seguro é o AM, com seu som mono, seu timbre abafado, sua sintonia apertada, como o coração que eu dizia. Já era assim na infância, quando ouvia com os pais a “Turma da Maré Mansa”, e continua a ser assim agora, já que até o charme das FMs passou, a Fluminense morreu, o espírito da Cidade morreu e a MEC, sem o Arrigo, foi assassinada, embora não de todo. Se não posso mais transcender o ser através da cultura pseudoinútil e dos anúncios da Rádio-Relógio (única instância em que o tempo, como o conhecemos, era um parâmetro que fazia sentido), posso, ainda, deliciar-me com os bordões infinitamente renováveis de Édson Mauro no futebol, voz amiga que pareço conhecer de tempos imemoriais, e não adianta ver a foto no Google, aquele não é ele, o verdadeiro Édson Mauro é o que a voz evoca numa imagem difusa que paira sobre a lógica. No mundo AM podem mudar as vinhetas, ligeiras atualizações, mas, na essência, a maneira de se comunicar não muda nunca, é sempre efetiva, eficaz, eficiente, para a dona de casa, o taxista, o desportista, o plantonista, o solitário, a família, os amantes e os cornos. Se ontem na Globo havia o Saldanha, o Jorge Curi, o Waldyr Amaral — hoje há o Penido gritando “bota o pé na forma, bicho!”; o José Carlos Araújo, que, depois de abastado purgatório no sistema bancário de rádio, volta ao tubo pela Tupi ao lado do Apolinho, e trava-se, com a graça dos deuses, a guerra entre Penido, o Garotão-vingador, e o Garotinho, que jamais abriu mão de sua marca, nem quando um político malfamado lhe surrupiou a alcunha. E lá vem a nova geração, Hugo Lago, Camila Carelli, e, na mediação, o papo multifocal de Zeca Marques, com suas sapatadas no ventilador da bola, do samba e das canções de motel (o Good Times 98 agora virou grife de horário AM). Meu coração bateu, preocupado, quando Felipe Cardoso, com seu jeito entre o raivosinho e o paternal, deixou de comentar jogos, mas hoje comemoro sua onipresença como âncora absoluto da Central da Bola. Devo confessar que me vejo bastante apegado à Globo. Era a rádio que mais ouvia antes, continua a ser, por motivos que dizem respeito à cultura dos primeiros anos, mas com certeza também à qualidade e a um certo espírito de bate-papo que jamais cessa. E a um padrão de vinhetas, de chamadas, pelo qual se continua a zelar, os nomes dos times ecoados, os dos locutores cantarolados, o assovio na marcação de tempo, as sonoplastias que revivem nos nervos emoções que remontam ao tempo em que nem palavras havia, tempos povoados de eletricidade estática num Brasil abafado por nuvens e tremores. Hoje, quando ligo a TV e vejo Eduardo Cunha tomando conta do país, Lula em desespero, Dilma falando em mulher sapiens, o Dunga malhando afrodescendentes e continuando no cargo, juristas dizendo que o ambiente prisional é agradável porque os meliantes “encontram seus amigos no pátio da prisão”; quando a delação vira a única instância da Justiça; quando, em meio ao genocídio perpetrado pelo Estado Islâmico a questão central é se o Caetano vai dar show em Israel; quando me vejo enclausurado em engarrafamentos de duas horas de Copacabana a Botafogo e sei que nunca mais sentirei aquela maresia, e que o fedor do posto 5 não cessará jamais; então, só quero ligar o rádio e ouvir a estática do AM, e cada vez meu interesse se estende — exceção feita aos programas religiosos, muito embora estes me façam lembrar de papai, que adormecia com o radinho encostado no ouvido, e, para dormir, sua preferência eram os pastores mais apocalípticos, de ele achava graça, escutava aquilo como se fosse um radioteatro do fim do mundo, e se alguém desligava a gritaria, ele acordava com um urro, temeroso do silêncio. Mas avanço, e, em noite fria dessas, a caminho, ouço o Alexandre Ferreira, com seu programa de mela-cueca, ajudando viúvos e viúvas a encontrar parceiros. Não é meu caso, ando feliz nessa coisa de amor. Mas o Alexandre, entre uma e outra solidão, queria saber do ouvinte qual a melhor coisa para fazer no frio, e as respostas, por zapzap ou telefone, pouco variavam: fazer amor, dormir ou tomar chocolate quente. A certa altura o comunicador se queixou, mandou mudar o disco, e me ocorreu que gosto de tomar sorvete no frio: não derrete com facilidade, é possível fruir sem sujar a mão, a roupa, a casa. No primeiro sinal vermelho gravei minha mensagem: “Alexandre, no frio a melhor coisa é sorvete, pois não derrete”, e me identifiquei, unicamente, como “Arnaldo do Leblon”. Já no portão da casa da namorada, ouvi minha voz soar e demorei a crer que era mesmo eu. O locutor disse: “Olha essa aqui”, o sonoplasta jogou uma risada marota e um som bizarro de mola maluca, e o Alexandre disse que a coisa era muito bem pensada, e nunca me senti tão reconhecido na vida como nestes minutos anônimos. Aliás, como diria a Rádio-Relógio: (…) nos países frios o consumo de sorvete aumenta no inverno (…) você… sabia? (…) Casas Pernambucanas (…) Magazine Uzai (…) Funerária Já Vai Tarde (…) sete horas, dois minutos, zero segundo (…) e o resto é silêncio e solidão.