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nasceu, há 50 aninhos, para assombrar a humanidade…

Como obra-prima do King Crimson levou o rock a ‘Dark side of the moon’

Lançado há 50 anos, em 10 de outubro de 1969, o álbum ‘In the court of the Crimson King’ inspirou bandas como Yes e Pink Floyd

LONDRES — Cinquenta anos atrás, em Londres, todo mundo que se interessava em música estava falando sobre uma extraordinária banda nova. Eles ainda não haviam lançado um álbum, mas apresentavam sua mistura inovadora de rock, jazz, música clássica e psicodélica em shows ao vivo. Um desses shows foi para meio milhão de pessoas, abrindo para os Rolling Stones no Hyde Park. Outro fez um ilustre membro da plateia, Jimi Hendrix, chamá-los de melhor banda do mundo.

 As revistas de música (bíblias para os fãs no período pré-digital) destacavam algumas características e as gravadoras disputavam seu contrato. A banda se chamava King Crimson e seu primeiro álbum foi “In the court of the Crimson King”, lançado há 50 anos, em 10 de outubro de 1969. Assim como “Nevermind”, do Nirvana, “Ziggy Stardust”, de David Bowie, e a estreia homônima do Run DMC, foi definidor de um gênero.

As cinco canções eram pastorais, pesadas, extravagantes e até simples, com riffs apocalípticos se misturando a influências do hard rock, do jazz clássico e moderno até canções da Idade Média.

— Foi um divisor de águas — diz Ian McDonald fundador da banda e um dos co-autores das canções do do álbum. — Lembro de ouvir e pensar: “O que é isso?”. As bandas voltavam para repensar suas músicas quando ouviram. Eu sei que o Yes fez isso quando ouviu.

Isso pode não ter sido completamente bom. Apenas quatro anos depois, o Yes lançou seu álbum “Tales from topographic oceans”, uma composição única dividida em quatro lados do vinil e inspirada em uma nota de rodapé na autobiografia de um místico indiano. Na turnê, o palco trazia casulos de fibra de vidro que em um show não se abriram, deixando o baixista preso. As canções eram tão longas que uma vez o tecladista Rick Wakeman pediu uma refeição no palco e comeu enquanto os outros membros da banda tocavam. Mas isso dificilmente poderia ter sido previsto quando “In the court of the Crimson King” foi lançado.

— Nunca pensamos nisso como rock progressivo — diz McDonald, que tocava flauta, saxofone e teclado. — É até engraçado, esse termo não era usado. Só fizemos o que achávamos que a música precisava.

– A transição do blues ao jazz

O King Crimson não foi a única banda britânica em 1969 a abandonar o elemento blues do rock e buscar a complexidade e virtuosismo do clássico e do jazz. Em setembro daquele ano, o Deep Purple se apresentaria para grupos e orquestras com a Royal Philarmonic no Albert Hall; álbuns de referência de The Moody Blues, Procol Harum, Genesis, Yes, Pink Floyd e outros foram lançados; e bandas da futura realeza do prog-rock, como Wishbone Ash, Hawkwind e Supertramp, estavam sendo formadas. Mas “In the court of the Crimson King” foi o momento decisivo, “uma obra-prima misteriosa”, de acordo com Pete Townshend, do The Who.

O grupo era (e ainda é) liderado pelo mago da guitarra Robert Fripp, um mestre em afinações incomuns e acordes e vozes complexas, diz McDonald. Fripp é o único membro permanente do King Crimson nesses 50 anos. O baixista e vocalista principal era Greg Lake, que mais tarde iria se transferir para a superbanda Emerson Lake & Palmer.

McDonald, co-fundador da Foreigner, gigante do final da década de 1970 (“I want to know what love is”), trouxe uma série de influências — “banda de exército, coros de vozes masculinas, trios de jazz…”. Um solo de flauta que ele toca na faixa-título “é um aceno direto a Scheherazade [de Rimsky-Korsakov] ”. As letras do poeta Peter Sinfield, sem querer, estabeleceram um modelo para grande parte do rock progressivo, admite McDonald.

— Algumas pareciam medievais. Infelizmente, isso significa que as pessoas pensam que o rock progressivo precisa ter dragões e fadas.

–  As capas viram obras de arte

Outro elemento que virou modelo para o rock progressivo foi a capa do álbum: um pesadelo de cores vivas pintado por um amigo de Sinfield, Barry Godber. Aquela capa parecia ter transcendido a simples embalagem para se tornar arte, da mesma forma que a música ia além das formas simplistas do pop da época. Os lançamentos seguintes aprenderam essa lição — as paisagens alienígenas de Roger Dean alavancaram a popularidade do Yes quanto as letras místicas.

“In the Court of the Crimson King” abriu muitas portas. Yes, ELP, Pink Floyd e outros venderam dezenas de milhões de álbuns de rock progressivo — só “Dark Side of the Moon”, do Pink Floyd, já vendeu quase 50 milhões de cópias desde seu lançamento, em 1973.

Mas então veio o punk rock com seu minimalismo “faça vocêmesmo” e ética de lo-fi que quase instantaneamente fizeram qualquer esforço progressivo parecer ridículo. Robert Fripp não ficou surpreso — muitas bandas progressivas saíram “tragicamente do caminho”, disse ele, acrescentando: “O King Crimson teve a inteligência de deixar de existir em 1974; o que torna aqueles que associam a banda aos ‘excessos bombásticos do rock progressivo’ no mínimo idiotas”.

No entanto, o rock progressivo se recusa a morrer. Annie Clark (St Vincent) descreve como aprendeu na adolescência a tocar Jethro Tull, uma das bandas que mudou seu som por causa de “In the court of the Crimson King” — numa sala de prática com um pôster do King Crimson. Ao memso tempo, bandas como Marillion, Radiohead, Mars Volta e Muse usam, abusam ou reinventam o rock progressivo (mesmo que, como o Radiohead, eles se recusem veementemente a admiti-lo). E Fripp reformou o King Crimson várias vezes, com várias formações – este mês, a última encarnação encerra uma turnê mundial, com direito a passagem pelo Rock in Rio .

Enquanto isso, como diz McDonald, “50 anos depois, o álbum ainda se mantém”. Ele está certo. E isso é muito mais do que se pode dizer sobre “Tales of Topographic Oceans”.

segura o achado de hoje…

ainda não botei pra tocar… mas, com certeza, é uma das visitas que ele fez (solo) ao rock alive (programa que liliane yusim e eu apresentávamos na flu fm, às segundas e sextas, o popular rocka26) com os discos preferidos debaixo do braço…

o repertório desse programa (5ago1985) tem new york dolls, brian eno, king crimson, love, escola de escândalo, leonard cohen, the heartbreakers… tem cheirinho de quem?

( :

nas galáxias (ou muita calma nessa hora)…

calma, antes deste email do henrique (que chegou ontem) é preciso informar que ao clicar no link contido na palavra AQUI (ali embaixo), você será jogado numa viagem intergalática com zilhões de conexões inoxidáveis como nunca foi apresentada aqui no poleiro… enfim, confira o email e mergulhe fuNdo no link (de outubro2012)…

Assunto: Livraria Argumento, fotos, Vasco, astronáutica

“Mauval,

O tempo voa à velocidade da luz e já deve fazer um mês ou mais desde que reconheci a sua voz na Livraria Argumento. Não sei se você se recorda, eu fui o cara que cometeu uma indiscrição meio tiete, de correr e comprar o seu livro e de interromper sua conversa para pegar uma dedicatória.

O livro é classudo, bom demais da conta. E o melhor é aquele granulado inconfundível, efeito da química no filme. Digital se aproxima, mas não se iguala. Porque é moderno, mas não é eterno. Digressiono. E continuo por aqui, com minhas câmeras analógicas. E agora curtindo o Ronca por outras mídias. Acredite ou não, a última vez na qual havia lhe escutado, foi no chiado do rádio… Agora, novos formatos, novos horizontes, o programa se adapta ao meu horário, não o contrário. Não largo. Os anos de longe foram bons para celebrar esta reaproximação.

Por fim, e como tudo parece conectado, descobri que, se por um lado eu escuto o que diz o Ronca, a recíproca é verdadeira. Ou foi, ao menos uma vez. Notei que já fui notícia no site, na vez em que o MauVal escutou o que eu tinha a dizer – e assistiu o que eu mostrei. Recordar é viver… AQUI
Enquanto se esforçam para derrubar o Vasco, a gente vai colocando ele no alto, como dá, quando dá. 😊

Saudações vascaínas, espaciais, fotográficas… e musicais.

Um abraço do leitor-ouvinte-correligionário,”

Humberto

coração…

One kiss became a weapon.
I don’t want to bleed in vain.
Clouds collide in the heavens,
I surrender. To the rain.
The death bells that also rang,
like madness… from above.
I’m going… out with a bang,
and a heart disease called love.

Ninety-nine, below zero,
would seem like fever now.
You know me… no hero,
don’t even ask me how.
I’m down in the deep deep freeze,
what was I thinking of…
In the painful breeze,
by the frozen trees,
with a heart disease called love.

After dinner. Mints. A new lover,
and the coffee’s so bitter and black.
Your fingerprints… they cover,
this knife sticking out of my back.
You overlooked… the fine details.
You should’ve worn your gloves.
I’ve got a girl in jail, and a house for sale,
and a heart disease called love.

A Heart Disease Called Love (John Cooper Clarke)

jcc