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essa é para as primeiras gerações d’aTRIPA…

sabe quem encosta, hoje, na idade de quando jesus cristo subiu? a peça já foi uma das mais cabriocáricas vinhetas do roNca tripa, na rádio panorama, em 1988. até hoje tem gente que imita a participação dele no programa. botando a máquina de calcular pra funcionar, chegamos à conclusão que o monumento reinava no dial com seis aninhos.

segura a pressão, em clique captado pela xeretinha na segunda feira:

TROGLÔ, O ANIMAL…

trogo

UAU… congrats!

( :

hendrix & amabis…

galgamos parâmetros com hendrix por muitos e muitos ticos… no auge da paixão, sério, cheguei a pensar – por alguns segundos – em transformar, pra sempre, o poleiro num espaço só Dele… seríssimo. anyway, a poeira baixou, os 45 anos de sodade dobrarão e seguirão turbinando nossos corações mas a roda tem que girar… o primeiro assunto pós hendrix foi captado pela xeretinha na noite de ontem (sexta feira) e está subindo aos primeiros minutos do sábado…

amabisgui amabis & banda (richard ribeiro+dustan gallas+regis damasceno+samuel fraga) lançando, na audio rebel, seu novo disco “ruivo em sangue”!

D+!

bula do especial “hendrix 4.5” com f.vidal…

vidal+lady2

“can you see me” (ao vivo monterey1967)

“like a rolling stone” (ao vivo monterey1967)

“hey joe” (ao vivo olympia1966)

“and the gods made love” (electric ladyland1968)

fernando vidal – “the wind cries mary” (ao vivo no roNca)

vidal.guitar

“little wing” (ao vivo winterland1968)

“fire” (ao vivo san diego1969)

“i don’t live today” (ao vivo estocolmo1967)

fernando vidal – “spanish castle magic” (ao vivo no roNca)

“izabella” (war heroes1971)

“exp” (axis bold as love1967)

hendrix.jack

“villanova junction” (ao vivo woodstock1969)

“who knows” (ao vivo band of gypsys1970)

“purple haze” (ao vivo woodstock1969)

“if six was nine” (axis bold as love1967)

fernando vidal – “foxey lady” (ao vivo no roNca)

fernando.tshirt

“radio one” (ao vivo radio one / BBC1967)

“wait until tomorrow” (ao vivo radio one / BBC1967)

“day tripper” (ao vivo radio one / BBC1967)

stephen stills & jimi hendrix – “old times good times” (stephen stills1970)

fernando vidal – “kardekiando”

fernando vidal – “hear my train a comin'” (ao vivo no roNca)

“voodoo chile” (electric ladyland1968)

madeline.bell

free_radio

weapon_tico

mudando a prosa (ou o feitiço contra o feiticeiro)…

guardo na minha caixinha de ótimas lembranças dois jornalistas com quem tive encontros muito rápidos mas, totalmente, inoxidáveis: tite de lemos (1942-1989) e josé castello.

já falei e escrevi sobre o tempo em que tite foi editor do segundo caderno do globo e publicou minha resenha sobre os shows do zeppelin, em 1975… e que só fui conhecê-lo anos mais tarde. já castello, em 1988, me procurou por uma razão que não lembro mas, ao ver a série de fotos que eu havia feito com os fotógrafos, mudou o rumo da pauta e publicou o material na primeira página do caderno B (jornal do brasil).

josé castello foi defenestrado do jornal o globo e publicou, na quarta feira, o mais contundente / cristalino / desesperançoso texto de despedida que conheço…

Hora da despedida

POR JOSÉ CASTELLO

Chegou a hora de me despedir de meus leitores. Não é um momento fácil _ nunca é. Mas ele se agrava porque, com o fechamento do “Prosa”, incorporado ao “Segundo Caderno”, desaparece um último posto de resistência na imprensa do sudeste brasileiro. Os suplementos de literatura e pensamento já não existem mais. Um a um, foram condenados e derrotados pela cegueira e pela insensatez dos novos tempos. Comandado pela vigorosa Manya Millen, o “Prosa” resistia como um último lugar de luta contra a repetição e a dificuldade de pensar com independência. Isso, agora, também acabou.

Nosso mundo se define pelo achatamento e pela degola. No lugar do diálogo, predominam o ódio e o desejo de destruição. No lugar da tolerância, a intolerância e a rispidez, quando não a agressão gratuita. É o mundo do Um _ em que todos dizem as mesmas coisas, usando quase sempre as mesmas palavras. Um mundo em que a verdade, que todos ostentam, de fato agoniza. Nesse universo, a literatura se impõe como um reduto de resistência. A literatura é o lugar do diálogo, do múltiplo, da diferença. Não é porque gosto de Clarice que devo odiar Rosa. Não é porque amo Pessoa que devo desprezar Drummond. Ao contrário: na literatura (na arte) há lugar para todos.

Uma pena que o “Prosa” se acabe justamente em um momento em que nos sentimos espremidos por vozes que repetem, sempre, os mesmos ataques e as mesmas agressões. Nesse mundo de consensos nefastos e de clichês que encobertam a arrogância, nesse mundo de doloroso silêncio que se apresenta como gritaria, a literatura se torna um lugar cada vez mais precioso. Nela ainda é possível divergir. Nela ainda é possível trocar ideias com lealdade e dialogar com franqueza. Sabendo que o diálogo, em vez de sinal de fraqueza, é prova de força. Lá se vai o “Prosa” com tudo o que ele significou de luta e de aposta na criação.

A meus leitores, que me acompanharam lealmente durante mais de oito anos, só posso dizer obrigado. E dizer, ainda, que conservem a coragem porque a pluralidade e a liberdade vencerão o escândalo e a cegueira. Apesar de tudo o que se diz e de tudo o que se destrói, ainda acredito muito no Brasil. É com essa aposta não apenas no futuro, mas sobretudo no presente, que quero me despedir de minha coluna e encerrar esse blog. Aos leitores, fica a certeza de que certamente nos encontraremos em outros lugares. Nem a loucura do nazismo, com suas fogueiras de livros, conseguiu destruir a literatura. Não tenho dúvidas também: nesse mundo de estupidez e insolência, ela não só sobreviverá, como se tornará cada vez mais forte.

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