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cheers…

como z´da mar´anunciou, estávamos prestes a cruzar bigodes para celebrar a passagem do rafael pelo planetinha. pois bem, ontem à noite, alguns tripeiros se deslocaram ao “linguiçódromo” (lapa) e…

rafael.cheers

brindamos aos céus e às terras, dividimos lembranças, emoções inoxidáveis, perplexidade, sodade… gargalhamos descabeladamente.

ao secar uma ampola, z´ fez o trovão rugir:

– “sugaree”, do grateful dead, sempre foi a música predileta do rafael. ele mandava direto o áudio dela por vap-vap pra todo mundo

well, well, well, “sugaree” foi a música que fechou o #165… PQParille!

aTRIPA.rafael

>  marcio, otaner, tulio, z´, igor, dine & juliana!

cheers!

“de dentro”…

cacique.tico

Fred Coelho / o globo

Durante os anos 1980 e 1990, grosso modo, eram poucas as opções “jovens” para passar o carnaval na cidade. Existiam os tradicionais blocos e bandas da Zona Sul e da Zona Norte, voltados principalmente para seus moradores. Existiam também os grandes blocos do Centro, abandonados à sua própria sorte na época. A sensação era de certo esvaziamento da festa de rua. Além disso, no geral, fantasia era algo que ninguém usava (a não ser que fosse parte de uma turma de bate-bola ou de escola de samba). Cantar marchinhas, só em bailes de salão. Ficar em casa vendo desfile pela televisão ou viajar para “carnavais” fora da cidade eram as opções que restavam. Na virada do século, porém, isso começou a mudar.

Sou de uma geração que viu “de dentro” o surgimento do “novo-velho” carnaval de rua do Rio. Estava na faculdade (amém IFCS!) quando amigos próximos e amigos de amigos começaram as primeiras formações de grupos que, hoje, são responsáveis por alguns dos blocos mais concorridos. Aqui, arrisco uma hipótese de jornal: esses e outros blocos cruzam suas histórias com um movimento sonoro e cultural mais amplo na cidade. Nos anos 1990, a explosão do mangue bit de Recife (ou beat, como queira) abriu caminhos para uma certa redescoberta de sonoridades populares brasileiras (maracatu, coco e embolada, por exemplo). Vale lembrar também que foi nessa época a reocupação da Lapa como um espaço de retomada do samba em bares como Semente e Carioca da Gema. Essa abertura musical “rumo ao Brasil” ocorreu justamente no período em que a cidade se encontrava mais dividida do que nunca pela violência urbana.

Nessa época, tínhamos em funcionamento três frentes sonoras no Rio que, a meu ver, colaboraram para formar os atuais blocos da cidade. Na primeira, uma ideia vaga de “mistura” era a regra, seja pelo impacto da fusão poderosa que o Recife produzia (e de suas alfaias, seus agogôs e suas percussões), seja pela necessidade difusa de se encontrar um ponto de convergência cultural na cidade. Essa “mistura” ficou marcada pelo groove brasileiro de bandas como Pedro Luís e a Parede e Farofa Carioca. Em uma segunda frente da música pop-jovem da época, ocorreu uma entrada massiva do forró como gênero popular da juventude universitária (e aqui vale ressaltar a pouca adesão da axé music baiana por parte desses segmentos). E, por fim, tínhamos na terceira frente as periferias da cidade e sua juventude inventora de batidas contemporâneas. Eles aprofundavam o funk e cada vez mais ouviam e produziam rap e reggae — ritmos da diáspora africana nas Américas. Eram sons que confirmavam um perfil mais urbano e ácido sobre o carioca. Bandas como Planet Hemp e O Rappa são exemplos bem-ucedidos desse universo. Muitos outros ritmos e grupos atuavam na época — como o rock independente, a cena eletrônica, o pagode radiofônico ou a MPB mais tradicional —, mas nenhum deles envolveu com tanta intensidade a geração que atravessou a virada do século na cidade fundando blocos.

E o que esse papo todo tem com o atual carnaval carioca? Três de seus principais nomes são frutos diretos desse contexto que soma uma matriz percussiva brasileira, a adesão aos sons da cultura popular e a intensidade das batidas de funk em marcações mais aceleradas. O Cordão do Boitatá, cujo primeiro desfile foi em 1999, tem entre seus fundadores músicos e pesquisadores do folclore brasileiro. Seus desfiles são responsáveis por reintroduzir no carnaval de rua de sua geração o bloco com as marchinhas tradicionais, a circulação pela parte antiga do Centro e a fantasia como regra, não mais como exceção. Já Monobloco, criado pela Parede percussiva de Pedro Luís, fez seu primeiro desfile de batucadas na Gávea, em 2000. O Céu na Terra, inaugurado com um desfile inesquecível pelas ruas de Santa Teresa em 2001, passou a dividir com as Carmelitas o lugar de bloco do bairro. Seus integrantes também eram em sua maioria estudantes de música, antropólogos e pesquisadores musicais com interesse pela cultura brasileira e seu folclore.

É claro que o carnaval carioca de rua não ressurgiu neste século apenas por conta desses blocos. São exemplos próximos de certo universo musical e cultural que alimentou uma geração no final dos anos 1990. Os desfiles dos Escravos da Mauá no Largo da Prainha ou a redescoberta do Bola Preta e do Cacique de Ramos são outros eventos fundamentais para o que vemos hoje. Também é claro que estar na rua com a alegria de se fantasiar, de atravessar a cidade, de se perder por aí, tudo isso sempre existiu em algum nível. Mas o que vemos hoje é diferente.

Chegamos a um carnaval com inúmeros blocos temáticos, cuja ênfase na festa às vezes é maior do que no samba. Isso vem causando, inclusive, uma série de críticas por parte dos que vivem mais próximos do universo tradicional das escolas, quadras e blocos tradicionais de bairro. Críticas à parte, sem dúvida foi a partir de 2000 que uma geração reocupou as ruas e liberou seus corpos. E isso, parece, não tem mais volta.

arpex2011…

“E ai Mauricio, beleza?
Apenas agora vi que voce tentou me ligar, provavelmente pra saber se eu iria na missa de setimo dia do Rafael (Otaner me mandou uma mensagem perguntando se eu iria, e que voce tinha perguntado sobre).Eu voltei ontem pro Rio, estava em Tiradentes(MG).Era pra eu ter chegado aqui 15:30h, mas a viagem atrasou, engarrafamento em um trecho da estrada, etc…enfim, cheguei em casa quase as 18h, e meu celular so ressucitou umas 19:30, quando eu enfim fiquei sabendo que a missa seria naquele dia/horario; fiquei alguns dias sem telefone/internet (so agora vi as fotos que colocou dele na pagina do Ronca 🙂 ).Ainda me sinto mal por nao ter ido (ainda mais por nao ter conseguido ir no enterro, so fiquei sabendo do que aconteceu horas antes do velorio, e nao conseguiria chegar no Rio a tempo) me restou fazer a minha missa  particular, em casa, ouvindo o “4 way street” do CSNY (um dos albuns preferidos dele… e de 9 em cada 10 membros da torcida do ronca), Belle and sebastian – foi o ultimo show que vi com ele, a pouco mais de dois meses, ocasiao em que ficamos perturbando a banda com os pedidos de “Toca legal man!”Rs (foi a primeira musica que ouvi deles, na primeira vez que escutei o Ronca,por acaso, mudando as estacoes de radio, em alguma noite do ano 2000…falei a respeito do programa pro Rafael logo depois disso, que tambem virou um ouvinte frequente) e alguns discos do Grateful Dead (banda que o Rafa era fa numero um).O que aconteceu ainda e muito absurdo, foi uma morte completamente inesperada e estupida, parece mais uma das piadas dele…a ficha ainda nao caiu.Enfim, falei com o Otaner, ficamos de combinar algo em breve, vamos todos beber umas logo mais, so dizer quando e melhor pra voces. Valeu Mauricio, abraco, ate +”

 Z´da Mar´

ze+rafael.arpex.jan2011

(z´& rafael, no arpoador (RJ), em janeiro2011… em foto captada pela xeretinha de dentro do trailer da OI fm que ficava estacionado junto ao parque garota de ipanema)

diz pra gente frederico…

paralamas.bar